quinta-feira, 17 de setembro de 2020

"O teu riso"-"Your laugh"

 Olá!

Hoje vim durante o dia aqui... raro, né?

Mas... o dia está lindo e o sol me deu bom dia...

Vamos de Pablo Neruda hoje?

Bom dia! Boa tarde! 

Cida 


“O teu riso”


Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas não

me tires o teu riso.


Não me tires a rosa,

a lança que desfolhas,

a água que de súbito

brota da tua alegria,

a repentina onda

de prata que em ti nasce.


A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.


Meu amor, nos momentos

mais escuros solta

o teu riso e se de súbito

vires que o meu sangue mancha

as pedras da rua,

ri, porque o teu riso

será para as minhas mãos

como uma espada fresca.


À beira do mar, no outono,

teu riso deve erguer

sua cascata de espuma,

e na primavera, amor,

quero teu riso como

a flor que esperava,

a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.


Ri-te da noite,

do dia, da lua,

ri-te das ruas

tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro

rapaz que te ama,

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando meus passos vão,

quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas nunca o teu riso,

porque então morreria.

(Pablo Neruda)


                                                                 Imagem da web
                              


Hello!

Today I came here during the day ... rare, right?

But ... the day is beautiful and the sun gave me good morning ...

Are we going to Pablo Neruda today?

Good morning! Good afternoon!

Cida



"Your laugh"


Take the bread from me, if you like,

take my breath away, but don't

take your laugh away from me.


Don't take the rose from me,

the spear you defoliate,

the water that suddenly

it springs from your joy,

the sudden wave

of silver that is born in you.


My fight is hard and I return

with tired eyes

sometimes unseen

that the earth does not change,

but when your laugh comes in

go up to heaven looking for me

and open me all

the doors of life.


My love, in the moments

darker loose

your laughter and suddenly

you see that my blood stains

the stones of the street,

laugh because your laugh

it will be for my hands

like a fresh sword.


At the sea, in autumn,

your laugh must lift

its foam cascade,

and in the spring, love,

I want your laugh like

the flower I was waiting for,

the blue flower, the rose

of my sonic homeland.


Laugh at night,

of the day, of the moon,

laugh at the streets

island pies,

laugh at this rude

boy who loves you,

but when I open

the eyes and close them,

when my steps go,

when my steps return,

deny me the bread, the air,

the light, the spring,

but never your laughter,

because then I would die.

(Pablo Neruda)


                                                             Imagem da web


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